O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, mais conhecido como TDAH, é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de concentração em um nível elevado, impactando significativamente a vida e o bem-estar de quem o possui.
As causas do TDAH ainda não são definitivamente conhecidas, mas prevalece o entendimento de que a genética possui um papel relevante, pois é comum que o transtorno de manifeste entre membros de uma mesma família.
No entanto, pesquisas apontam que outros fatores também podem influenciar para o surgimento do transtorno, como: lesões cerebrais, exposição a altos níveis de chumbo durante a infância, uso de tabaco, álcool, drogas ilícitas e medicamentos não prescritos durante a gravidez, parto prematuro ou estresse extremo durante a gestação.
O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade tem como principais características:
A falta de atenção é caracterizada pela dificuldade em manter a concentração, a distração fácil, além de esquecimentos.
A pessoa com TDAH possui dificuldade em manter o foco e a concentração no desenvolvimento de tarefas e atividades, até mesmo as rotineiras. Ela se distrai facilmente, tem dificuldade em se organizar e esquece compromissos com frequência.
Essa é uma característica que se manifesta principalmente em crianças, apresentando-se por meio da inquietação excessiva, uma agitação constante, a necessidade de se mover, mexer nos objetos ou falar excessivamente. Em outros termos, a criança não consegue parar quieta.
Embora a hiperatividade seja mais explícita em crianças, adultos também podem apresentar essa característica, porém, ela ocorre de forma menos evidente, como uma inquietação interna.
É o agir sem pensar. Geralmente, as pessoas com TDAH não conseguem se organizar e planejar, tomam decisões de forma impulsiva e precipitada, podendo gerar consequências preocupantes.
Em crianças, a impulsividade também se manifesta ao não conseguir esperar a sua vez nas atividades, responder antes do interlocutor terminar a pergunta ou interromper quem estiver falando.
A manifestação dos sintomas ocorre de maneiras diferentes em cada pessoa e de acordo com a idade. Nas crianças, a falta de atenção causa dificuldades na escola, influenciando no seu desempenho, além de apresentarem problemas comportamentais.
Os sintomas do TDAH surgem na infância e podem perdurar durante a vida adulta, mesmo que de forma mais branda. Os adultos geralmente costumam ser desatentos, apresentar dificuldades em assumir, organizar e planejar atividades, muitas vezes esquecendo de finalizá-las ou abandonando-as, até mesmo as tarefas simples do dia a dia.
Há três classificações para o TDAH:
• Predominantemente desatento: todos os sintomas podem estar presentes, predominando a desatenção;
• Predominantemente hiperativo-impulsivo todos os sintomas podem estar presentes, predominando a hiperatividade e impulsividade.
• Combinado: todos os sintomas se manifestam na mesma intensidade, sem predomínio de um sobre o outro.
São inúmeros os impactos causados pelo TDAH na vida de quem o possui e das pessoas ao seu redor. Porém, sua pior consequência é a desinformação e o preconceito. A falta de conhecimento sobre o tema e o despreparo para seu correto diagnóstico e tratamento interferem no desenvolvimento e na qualidade de vida da pessoa portadora do transtorno.
O TDAH é um problema que merece atenção e deve ser tratado de forma adequada, pois o não tratamento pode ocasionar consequências graves no decorrer da vida, resultando em abandono escolar ou acadêmico, acidentes, relacionamentos instáveis, baixo desempenho profissional, abuso de drogas e álcool, baixa autoestima e muito mais.
O diagnóstico do TDAH ainda é um desafio e deve ser realizado por um profissional habilitado. Não há um exame específico para o diagnóstico, sendo este inteiramente clínico, com análise dos sintomas, intensidade, frequência e prejuízos que os sintomas causam na vida do portador.
Não há cura para o TDAH, mas há tratamento, que combina o uso de medicamentos, psicoterapia e tratamento para outras condições que podem surgir, como ansiedade, depressão, dificuldade de aprendizagem etc. O tratamento pode variar e depende das necessidades e da gravidade dos sintomas de cada indivíduo.
Importante ressaltar que o diagnósticos precoce é extremamente importante, garantindo cuidados adequados e compreensão, minimizando o impacto que o transtorno pode causar na vida da pessoa portadora. Assim, havendo qualquer suspeita, procure ajuda especializada quanto antes.
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